A demografia médica é um tema de grande relevância para a saúde pública em todo o mundo. Ao entender a distribuição e a qualidade dos serviços de saúde em uma região, é possível tomar decisões mais informadas e eficazes para melhorar a saúde da população.
Um pouco de contextualização…
Nos últimos anos, o Brasil tem visto um aumento significativo no número de médicos formados. De acordo com dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), em 2019, foram formados mais de 35 mil médicos no país, um aumento de mais de 400% em relação ao número de formandos em 2003.
No Brasil, a demografia médica tem sido um tema de grande preocupação nos últimos anos. De acordo com dados do Conselho Federal de Medicina (CFM), o país conta com cerca de 460 mil médicos registrados, o que corresponde a uma proporção de 2,2 médicos por mil habitantes. Essa proporção é inferior à média da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que é de 3,5 médicos por mil habitantes.
Mas, afinal, qual o campo que estuda isso?
A demografia médica é um campo de estudo que analisa a distribuição de médicos em uma determinada região ou país. Ela fornece informações importantes sobre a quantidade e qualidade dos serviços de saúde disponíveis em uma área, bem como sobre a acessibilidade dos cuidados de saúde para a população.
A análise da demografia médica pode incluir vários fatores, como idade, gênero, especialidade, local de trabalho e distribuição geográfica. Essas informações podem ajudar a identificar lacunas na oferta de serviços de saúde e orientar políticas públicas para aprimorar o sistema de saúde em uma região.
Além disso, a distribuição geográfica dos médicos no Brasil é bastante desigual. A maioria dos médicos está concentrada nas regiões Sul e Sudeste, enquanto que nas regiões Norte e Nordeste a proporção de médicos por habitante é muito menor. Essa desigualdade na distribuição de médicos pode comprometer o acesso da população aos cuidados de saúde, especialmente em áreas remotas e de baixa renda.
Para enfrentar esse desafio, o governo brasileiro tem implementado diversas políticas públicas para estimular a formação e a fixação de médicos em áreas de difícil acesso. Entre as medidas adotadas, estão a criação de programas de residência médica em regiões remotas, a oferta de bolsas de estudo para estudantes de medicina que se comprometem a atuar em áreas carentes e a abertura de novas faculdades de medicina em regiões com baixa oferta de médicos.
Problemas da demografia médica no Brasil
A demografia médica no Brasil é caracterizada por vários problemas que afetam a distribuição, a qualidade e o acesso aos serviços de saúde em todo o país. Alguns dos principais problemas são:
- Concentração de médicos em regiões mais desenvolvidas: a maioria dos médicos no Brasil está concentrada nas regiões Sul e Sudeste, enquanto que nas regiões Norte e Nordeste há uma carência significativa desses profissionais. Essa concentração geográfica afeta o acesso da população aos serviços de saúde, principalmente em áreas remotas e de baixa renda.
- Escassez de médicos em áreas rurais e periféricas: mesmo nas regiões mais desenvolvidas do país, há uma carência de médicos em áreas rurais e periféricas, onde as condições de vida e saúde da população são mais precárias. Esse problema afeta a qualidade dos serviços de saúde oferecidos nessas áreas, que muitas vezes são insuficientes para atender à demanda da população local.
- Baixo número de especialistas: o número de especialistas médicos no Brasil é muito baixo em comparação com outros países, o que pode afetar a qualidade do atendimento em áreas específicas, como oncologia, cardiologia e neurologia, por exemplo.
- Envelhecimento da população médica: a maioria dos médicos no Brasil está envelhecendo e a taxa de reposição desses profissionais é baixa. Isso pode afetar a qualidade dos serviços de saúde oferecidos no país, já que os médicos mais experientes tendem a se aposentar mais cedo e os mais jovens enfrentam desafios para encontrar emprego e se estabelecerem em suas carreiras.
- Formação inadequada: a formação médica no Brasil enfrenta desafios para atender às necessidades da população e do mercado de trabalho. Muitas vezes, a formação médica é insuficiente para preparar os profissionais para atuar em áreas específicas, como a saúde da família, a saúde mental e a saúde coletiva, por exemplo.
- Acesso desigual à educação médica: a oferta de cursos de medicina é desigual em todo o país, com maior concentração de cursos em regiões mais desenvolvidas. Isso pode afetar a formação e a distribuição de médicos em todo o país, prejudicando o acesso aos serviços de saúde em áreas carentes.
Fonte: https://www.sbtnews.com.br/noticia/brasil/238767-brasil-tem-5622-mil-medicos-a-maioria-no-sul-e-sudeste-do-pais
O aumento no número de vagas nas faculdades de medicina não significou aumento do acesso da população à saúde
Embora o aumento no número de médicos formados possa parecer uma boa notícia para o sistema de saúde brasileiro, a situação é mais complexa do que parece. Isso porque a distribuição desses médicos em todo o país ainda é bastante desigual, com a maioria concentrada nas regiões Sul e Sudeste, enquanto as regiões Norte e Nordeste continuam a enfrentar escassez de profissionais.
Além disso, muitos desses novos médicos podem enfrentar desafios para encontrar empregos em suas áreas de atuação e se estabelecerem em suas carreiras, o que pode levar a uma sobrecarga de profissionais em algumas áreas e escassez em outras.
Outro fator a ser considerado é a qualidade da formação desses novos médicos. Embora o aumento no número de formandos possa ser positivo para a oferta de serviços de saúde, é importante garantir que esses profissionais estejam adequadamente preparados para atuar em suas áreas de atuação e oferecer cuidados de qualidade para a população.
Por fim, é importante ressaltar que o aumento no número de médicos formados não é suficiente para resolver todos os problemas do sistema de saúde brasileiro. É necessário também investir em infraestrutura, equipamentos, tecnologia e outros recursos para garantir que os profissionais de saúde possam oferecer serviços de qualidade e acessíveis para todos os brasileiros, independentemente de sua região de residência ou nível de renda.
Mas, afinal, o que você pode fazer?
A resposta aqui é simples: você pode e deve se diferenciar.
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