Contextualização
A Indústria 4.0, também conhecida como Manufatura Avançada, Revolução 4.0 e A Quarta Revolução Industrial, consiste na digitalização da produção e ao uso de novas tecnologias no processo produtivo e nos negócios. É tratada com alto grau de prioridade em diversos países no mundo, como Alemanha, França, Estados Unidos e China, países esses que a Indústria tem alta participação no Produto Interno Bruto (PIB), já no Brasil a participação da
indústria no PIB do país caiu de 18% para 9% na última década.
Características da Era 4.0
Mas, afinal, quais são as características da Era 4.0 e quais os seus impactos nos modelos de negócios atuais? Listamos algumas dessas características a seguir:
- Aceleração tecnológica: Redução dos custos de produção, ampliação dos processos de manufatura, inteligência artificial, robótica e tecnologias da indústria 4.0.
- Integração horizontal: Colaboração entre empresas e “elos da cadeia de valor”, possibilitará o rastreamento em tempo real para efetivo controle da cadeia de suprimentos.
- Integração vertical: Fábricas inteligentes com uso de sistemas Ciber-físicos (CPS) para planejamento e controle de produção autônoma. Grande geração de dados. Grande geração de dados (BIG DATA), demanda de soluções em “nuvem” para otimização de processos.
- Interoperabilidade: Conectividade dos componentes do sistema de modo a operarem juntos (pessoas, fábricas inteligentes e tecnologia) por meio da internet das coisas.
- Modularidade: Linhas de produção flexíveis cujo sistema produtivo poderá ser alterado para atendimento de demandas específicas.
- Orientação para serviço: Surgimento de novos serviços por meio da internet dos serviços (IOS).
- Soluções de engenharia: Em todos as etapas de desde o projeto, desenvolvimento até a manufatura. Uso
de simulação, prototipagem (impressão 3D) visando o atendimento da demanda. - Tempo real: Análises em tempo real para tomada de decisão.
- Virtualização: Sistemas ciber-físicos de monitoramento de processos e máquinas nos ambientes organizacionais.
Fonte: Adaptado de Sordan (2018); Schules & Cleto (2017)
Motores Tecnológicos das Transformações
Como já sabemos, cada vez mais as organizações utilizam as mais diversas tecnologias e avanços da Revolução 4.0 para inovar mercados, criando novos produtos e segmentos e transformando os atuais. Assim, há o também o surgimento de novas empresas altamente inovadoras, que transformaram seus mercados de atuação e extinguindo outros. Esse é um terreno fértil para o desenvolvimento de modelos de negócios extremamente dinâmicos, adaptáveis e escaláveis como as startups.
O Fórum Econômico Mundial trata o assunto com alta prioridade, realizando conferências internacionais e emitindo relatórios, dando suporte às indústrias e aos governos em todo o mundo, discutindo os impactos que a Indústria 4.0 trará no âmbito empresarial, nos negócios e no mercado de trabalho. Portanto, em 2016 o fórum em artigo oficial elencou algumas tecnologias como as principais impulsionadoras para a quarta revolução industrial, sendo elas:
- Inteligência Artificial (IA),
- Robótica,
- Internet das Coisas (IoT),
- Neurociência,
- Big Data,
- NanotecnologiasAgora, vamos discutir mais sobre cada uma desses motores tecnológicos das transformações que você precisa ficar de olho e integrá-los ao ecossistema de sua empresa e/ou instituição em que trabalha.
Inteligência Artificial e Robótica:
As áreas da IA e da Robótica são discutidas por diversos economistas ao redor do mundo. A capacidade dos robôs replicarem as funções humanas com maior produtividade terá forte impacto no mercado de trabalho. Entretanto, ainda que diversos trabalhadores tenham sido realocados pela robótica, outras áreas (ensino, orientação, enfermagem, entre outros) aumentarão a demanda por mão de obra humana. A capacidade dos robôs produzirem mais, com menos recursos e trabalhar de forma contínua, é fundamental para os governos e empresas investirem em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). Segundo o Business Insider (2017), diversas áreas estão adequando aos usos da robótica, entre elas, a área da saúde e a área de transporte e logística. No Brasil essas áreas ainda possuem um longo caminho para se desenvolver.
Internet das Coisas (IoT):
A IoT pode ser definida como a conexão de dispositivos que não sejam computadores e smartphones, a internet (carros, eletrodomésticos e entre outros), ou seja, tudo estará conectado à internet e dará a capacidade das máquinas se comunicarem entre elas (M2M), a comunicação será feita por meio de sensores instalados.
A IoT não se limita a conexão de dispositivos a internet, mas tem poder de transformar o mundo que conhecemos. Nesse sentido, os avanços onde itens conectados interagem entre si, fornecendo ao proprietário informações de suma importância, por exemplo: os refrigeradores informam o que está faltando, quais produtos estão acabando, montando uma lista de compras ao usuário.
IoT e Smart Cities
Os avanços englobam tudo, nascendo a definição de Cidades Inteligentes (Smart Cities), que consiste na utilização de sensores, luzes e medidores conectados para analisar dados, ou seja, utilizam a conexão de dispositivos, promovendo a integração desses por meio da IoT. O Brasil está começando o processo de criação de Smart Cities, segundo a Abrantes (2017) em artigo publicado na Revista Exame digital, São Paulo e Rio de Janeiro lideram o ranking de cidades mais inteligentes e conectadas no Brasil.
Impressoras 3D
As impressoras 3D estão relacionadas com a capacidade de produção e diversidade de tipos de materiais utilizados na impressão (tinta) e no produto final, vão desde peças automotivas a tecidos humanos, ou seja, uma inovação para todas as áreas do mercado: área hospitalar, construção civil, indústria automobilística.
Na área hospitalar, médicos de todo o mundo utilizam essa tecnologia tanto no auxílio de processos de cirurgias, quanto na criação de réplicas de órgãos, partes do corpo mutilados, substituição de ossos e membros, impactando diretamente na qualidade de vida de diversas pessoas e melhorando os recursos médicos com custos baixos.
Novo mercado e novas demandas de habilidades profissionais
De acordo com o Business Insider Intelligence, foi realizado um comparativo de 10 habilidades no intervalo de cinco anos e ao analisar, comprova que as máquinas irão fazer todos os trabalhos repetitivos e os profissionais vão necessitar desenvolver outras competências para garantir seu lugar no mercado de trabalho, as três primeiras atividades mostram isso, a habilidade de resolver problemas complexos, ter opinião crítica e a criatividade
serão fundamentais para que o trabalhador desenvolva novos negócios e gere novos lucros para organização
que pertence. Habilidades como controle de qualidade e negociação perderão espaço, para flexibilidade cognitiva e inteligência emocional. Sendo assim, o profissional terá que se adaptar cada vez mais com o mercado, desenvolvendo competências não aprendidas em sala de aula e que não pertenciam ao seu cargo anteriormente.
Comparativo – 10 habilidades mais solicitadas pelo mercado de trabalho (Business Insider Intelligence 2017):
Em 2015
1. Resolução de problemas
complexos
2. Coordenação
3. Gerenciamento de pessoas
4. Pensamento crítico
5. Negociação
6. Controle de qualidade
7. Orientação para servir
8. Capacidade de julgamento
e tomada de decisões
9. Escuta ativa
10. Criatividade
Em 2020
1. Resolução de
problemas complexos
2. Pensamento crítico
3. Criatividade
4. Gerenciamento de pessoas
5. Coordenação
6. Inteligência emocional
7. Capacidade de julgamento e tomada de decisões
8. Orientação para servir
9. Negociação
10. Flexibilidade cognitiva
Conclusão:
Os avanços tecnológicos diminuem o custo das inovações e consequentemente o custo de produção, entretanto, nem todas as empresas se adequam e fazem uso dessas inovações. Nós do Hackmed trabalhamos incessantemente para inserir nossos Hackers da saúde nesse ecossistema inovador e empreendedor, para construirmos empreendedores capazes de solucionar os problemas existentes no setor de saúde e, consequentemente, impactar a vida de milhões de usuários.
Fonte: ORGANIZAÇÕES INOVADORAS QUE UTILIZAM A REVOLUÇÃO 4.0. Interfaces Científicas – Exatas e Tecnológicas • Aracaju • V.2 • N.3 • p. 9 – 20 • Fev. 2018
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