Mas, afinal o que significa “MVP”?
O MVP é uma forma da gente experimentar nosso projeto de inovação e entender se ele tá 100%, se tem falhas no produto, no modelo de negócio, etc… e só depois disso então investir mais tempo e dinheiro na ideia.
MVP é a sigla em inglês para Minimum Viable Product ou Mínimo Produto Viável. O termo ficou bem popular com o livro “A Startup Enxuta” do autor Eric Ries.
O MVP é basicamente algo que você vai lançar ao público para testar sua ideia, de forma que você precise investir o mínimo possível de tempo e dinheiro.
O MVP tem justamente a função de colocar o seu plano em um campo de batalha para entender como ele se sai. Não deixa de ser uma espécie de pesquisa de validação ou de prototipação.
Mas aqui de fato você lança algo oficialmente pro mercado. Mesmo com toda a pesquisa e validação que já foi feita, a gente tá de fato assumindo que ainda existem algumas incertezas sobre a ideia.
Enquanto não houver alguém de fato comprando a sua solução, a gente assume que não vale a pena montar uma baita operação, contratar pessoas e investir todo dinheiro de uma vez na sua ideia. Por isso, a gente vai agora colocar o plano no campo de batalha, mas refletindo qual é o mínimo esforço necessário para a gente lançar essa solução funcionando e poder validar a nossa ideia.
Em projetos de inovação, esse teste se torna ainda mais importante, já que a gente tá buscando algo novo, que provavelmente ninguém fez ainda. Isso significa que existem mais incertezas e mais riscos no projeto.
Conheça os principais tipos de MVP
- Concierge
O MVP concierge é o mais simples de todos, porque você consegue colocar sua ideia em prática com praticamente zero investimento em tecnologia. A lógica do MVP concierge é você entregar pessoalmente a proposta de valor pro seu cliente, ou seja, não precisa nem existir produto aqui ainda.
Exemplo:
Vamos imaginar que o seu projeto de inovação se trata de um serviço de assinatura de fraldas infantis. O cliente paga uma mensalidade e recebe semanalmente os pacotes de fralda na sua casa. Para colocar esse serviço para rodar, a gente não precisa de um aplicativo ou site.
Você pode simplesmente divulgar seu número de telefone, informar que presta esse tipo de serviço e receber os pedidos via Whatsapp. É claro que tudo aqui precisa ser muito manual, mas ainda assim, seria suficiente para você validar a entrega de valor dos seus clientes, e claro, já gerar alguma receita com isso.
A grande vantagem desse modelo de MVP é a praticidade para começar e também a proximidade com seus clientes.
A gente pode aproveitar essa proximidade para entender o que está funcionando bem e o que poderia ser melhorado nesse serviço. E claro, como
todos os MVP’s que a gente está trazendo aqui, ele está longe de ser uma solução escalável.
Lembre-se que o objetivo ainda é fazer o teste da sua ideia no mundo real.
- Mágico de Oz
O MVP Mágico de Oz é bem parecido com o concierge. A diferença é que o mágico de Oz já tem o produto lançado, porém funcionando
ainda de uma forma bastante manual, com pouca ou nenhuma tecnologia embutida.
Exemplo:
O exemplo da Easy Taxi é perfeito para ilustrar esse tipo de MVP. Existia um site onde tudo parecia automatizado, mas na verdade por trás tinha alguém executando
cada coisa manualmente.
Outro exemplo também bastante famoso de MVP mágico de Oz, é o do Grupon. O Grupon, como a gente conhece, é a maior referência de compras coletivas do mundo e começou com um simples blogs em que as pessoas pediam cupons de desconto, e alguém enviava esses cupons manualmente e em PDF para essas pessoas por email.
Novamente, a grande vontade é a possibilidade de construir um produto que parece tecnológico, mas sem muita tecnologia envolvida.
Nesse modelo de MVP é muito comum a gente usar ferramentas prontas de mercado para construir esse produto: construtores de site, formulários, blogs, e algumas ferramentas de automação, como é o caso do Zapier ou IFTTT.
- Teste de fumaça
O MVP teste de fumaça é uma forma bastante simples de demonstrar como seu produto vai funcionar e gerar interesse do público por ele, mesmo que ele ainda não esteja pronto. Essa demonstração pode ser feita por vídeo, apresentações de powerpoint ou o que você achar melhor.
Exemplo:
O caso mais famoso desse tipo de MVP é o do Dropbox: O Dropbox foi o primeiro a desenvolver uma solução de sincronização de
arquivos entre dispositivos. Sendo o primeiro a fazer isso, o fundador não tinha muita certeza se o desejo pela solução de fato existia. Para isso, ele publicou e
divulgou uma página na internet que tinha somente uma explicação e um vídeo de como o Dropbox funcionaria quando ele fosse lançado.
Logo em baixo desse vídeo tinha um campo pra pessoa se cadastrar e saber em primeira mão quando o produto fosse lançado. Claro, o número de pessoas interessadas foi gigante, e foi suficiente para que eles conseguissem desenvolver o produto em seguida.
Outra possibilidade seria também já colocar o produto ou serviço em pré-venda, o que garante uma entrada de receita antecipada que permite o investimento no produto ao mesmo tempo valida a demanda por ele.
- Single feature
O MVP Single Feature prevê a construção de um produto que entregue uma funcionalidade única pro cliente. É basicamente um recorte de funcionalidades, priorizando qual funcionalidade que vai entregar maior valor, e que pode ser lançada sozinha.
Esse tipo de MVP muitas vezes acaba sendo o mais óbvio por ser consequência da priorização que a gente acabou de fazer na etapa anterior do projeto. Por ser o mais óbvio, é também o que exige maior atenção. É muito fácil a gente acabar inflando esse MVP sem necessidade, colocando funcionalidades que ainda não são
necessárias nessa etapa.
Pontos de atenção no uso de MVP como ferramenta:
É importante a gente tomar alguns cuidados na definição e construção do MVP, porque ele é facilmente confundido e encarado
como o produto mais barato, um produto ruim.
O foco do MVP é na entrega de valor. Você precisa entender se o valor de fato está sendo entregue e se o cliente está de fato satisfeito com a sua entrega. Isso define um produto simples, mas nem por isso define um produto mais barato ou ruim.
Bolo x Cupcake
Uma comparação bastante conhecida quando falamos de MVP é o caso do bolo de casamento versus um cupcake. Se o seu produto idealizado é um bolo de casamento de três andares, o seu MVP pode ser sim um cupcake.
Ainda assim é importante que esse cupcake seja tão saboroso quanto esse bolo de casamento. A diferença está no esforço, no tempo e nos recursos utilizados para construir o produto, e não na qualidade da entrega de valor.
Carro x Roda
Outra analogia bastante popular é a do carro: Imagine que você tem o objetivo de construir um carro para o seu cliente final. O MVP não se trata de fatiar esse carro em pedaços e entregar ao seu cliente aos poucos e entregar somente as rodas do carro por ex não entrega nenhum valor ao seu cliente. O cenário mais correto seria entregar uma forma mais simples do cliente se transportar, e isso poderia ser até mesmo um skate,que evolui para um patinete, e evolui para uma bicicleta, uma moto, e assim por diante. Eles não
são o produto real, mas entregam de alguma forma a mesma proposta de valor, que é o transporte ou locomoção nesse caso.
A gente acabou de ver que o MVP é uma etapa muito importante de qualquer projeto de inovação, pois coloca à prova sua ideia na vida real, com clientes reais, utilizando e experimentando seu produto.
Os aprendizados gerados pelo MVP vão ser cruciais para você definir o rumo do seu projeto e vão permitir que você construa um modelo
de negócio mais acertado e principalmente com menor risco.
Agora é a sua vez
MVP é a versão mais simples do seu produto, mas deve entregar VALOR para o seu cliente. Logo, a diferença está no esforço, tempo e recursos usados, não na qualidade da entrega de valor.
Agora, é só usar e abusar dos vários tipos de MVP que a gente falou e lançar o seu projeto pro mercado comprar e testar!
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